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Corra, Lola, corra!

Sábado de sol, aluguei um caminhão / pra levar galera pra comer feijão... namorado e eu resolvemos fazer um programinha romântico: pegamos nossa querida amiga vodca e fomos pra uma praia aqui de São Luís... pra mim, é um dos lugares mais bonitos de sls, ali em frente ao Brisamar... Pra quem não conhece, a praia é "deserta", ninguém vai ali pra tomar banho, e não tem infra-estrutura alguma... só as pedras, onde namorado e eu sentamos, colocamos nosso isopor com o gelo, o refri e a vodca e ficamos lá, conversando, brincando... quelas coisas...

Chegamos lá de tardinha, umas 16h40min, que era pra não pegar um sol muito forte e pra vermos o pôr-do-sol... ok.

Eu não tava bebendo muito no princípio... mas quando deu umas 17h45 mais ou menos, eu resolvi beber, porque já tava escurecendo e não ia demorar muito a chegar a hora de irmos embora, na qual eu precisava estar sóbrio pra poder dirigir - porque quem me conhece sabe que eu bebo um copo de qqr coisa, fico morto de bêbado e, se não beber mais, 20 minutos depois eu tow bonzinho. Pois é. Virei logo uns 2 copões de vodca e fiquei feliz.

Estávamos escutando música no celular de namorado, Mrs. Winehouse, pra lhes ser bem exato. Namorado resolve que, finalmente, vai tocar pra mim - violão, povo... violão! Deixem de ter a mente pervertida! - e sobe até onde o carro estava pra pegar o instrumento. Eu fico lá embaixo, sentindo aquele vento gostoso no rosto, aquele cheirinho de mar, pensando no quanto a vida é boa e no quanto eu amo aquele menininho que acabara de sair do meu lado. Ok.
Amor volta e diz: "Olha, chegou mensagem pra ti", enquanto me entrega o celular. Leio a mensagem e coloco o celular no bolso. Falo alguma coisa com namorado e desço da pedra, vou lá pra areia.

Eu só vejo namorado levantando, do nada.

E uma voz atrás de mim.

Serinho que eu demorei um pouco a entender o que tava acontecendo - porque sim, eu estava mooooooooooooooooooooooooooooooooooooorto de bêbado! - só vi que namorado tava meio exaltado, e vi que havia uma pessoa [não posso descrevê-la, corro o risco de ser preso] falando alguma coisa atrás de mim.

Viro-me. Vejo o filho da puta. Viro pra amor de novo, o vejo com a garrafa em mãos, segurando pelo gargalo. Foi aí que eu me toquei:

estávamos sendo assaltados.

Olhei mais pra frente, tinha um outro filho da puta, em outra bicicleta, olhando, meio que dando cobertura.

Voltei a me virar pro filho da puta que tava atrás de mim. Só então eu entendi o que ele tava falando: "passa, passa, senão eu vou furar!". Foi aí que, como em cena de filme, um raio de sol refletiu na lâmina da faca que ele segurava.

Serinho como eu num sei como, mas a única coisa que eu pensei, foi:

"No bolso eu só tenho o meu celular. Namorado tá com o celular dele e a chave do carro. Meu celular tem quase um ano e foi 300 conto, o de amor num tem nem um mês e foi 1300..."

Nisso, amor olha pra minha cara e diz: "Corre, *******!" [****** é meu nome, que eu num vou colocar aqui pra não correrem o risco de acharem meu blog de novo!]

Agora para tudo.

Quem me conhece, sabe como eu sou: gordo.

Quem me conhece, sabe que eu não sou eu, quando tow bêbado.

Quem me conhece, sabe que eu não corro.

Agora imagina a cena bem aí: eu, gordo e mooooooorto de bêbado, correndo num lugar que é so pedra.

Conseguiu imaginar?


Nem eu.


Olho pra cara de amor com uma cara de "Tu tá de sacanagem comigo!". Amor grita, mais alto ainda: "Coooooooooorre, *******!"

Eu meti a mão no bolso, virei pro afro-descendente filho da puta e disse: pega.

O afro-descendente filho da puta ainda gritou; "CadÊ o dele?", referindo-se à namorado, e eu disse que ele tava sem celular.

Eles foram embora.

Amor, moooooooorto de indignado, desce da pedra e pergunta: "Por que cê não correu, ******?"

Olho pra cara de amor, mais relaxado impossível - saaaaaaaanto álcool! - e respondo: "Como é que eu ia correr, filho? Mas relaxa, eu dei o celular pra eles..."

Serinho como, se ele pudesse, ele me batia.

"VOCÊ DEU O CELULAR PRA ELE? EU TAVA PENSANDO QUE ELES TINHAM IDO EMBORA SEM LEVAR NADA! PÉRA... VOCÊ DEU O MEEEEEEEEEEU CELULAR PRA ELES!"

Pausa dramática.

Fudi tudo. Pensei aquilo tudo e fiz merda?! Ah... se fuder, Murphy!

Amor meteu a mão no bolso e puxou o celular...

Graças a deus era o dele mesmo, eu havia dado o meu.

Amor, mais revoltado ainda - mas não com os ladrões, e sim comigo - briga mais ainda: "Pooooooorra, você deu o seeeeeeu celular pra ele? Eu pensei que ao menos tivesse dado o meu! Como é que você vai ficar, agora?". Detalhe que amor ainda estava com a garrafa em uma mão e o violão na outra, só no ponto de me bater também, rs. Expliquei pra ele o meu raciocínio, mas ele num gostou muito do mesmo jeito. E saiu brigando comigo, porque eu não corri. Mas oras... como é que eu ia correr, meu povo?! Gordo correndo já é uma desgraça, avalie correndo bêbado, caindo e se lascando todo nas pedras?! Essa brincadeira ia, de um modo ou de outro, acabar em choro.

Só sei que subimos pro carro, e ainda tentamos achar os afro-descendentes filhos da puta, mas não o achamos. Amor demorou um pouco a entender que ele não namora um triatleta, e que eu
num dou muito pressas coisas de correr... Mas agora eu acho que ele já entendeu...

Mas sabe o que e o melhor?

Estávamos indo pra casa de minha amiga, visto que eu já havia marcado com ela e, como estava sem celular, não havia como desmarcar. Amor serinho no seu canto, e eu dirigindo e pensando na mentira que contaria aqui em casa, porque óbvio que eu não podia contar a verdade pra papai e mamãe. QuÊ que acontece?

3 carros batem, do outro lado da pista. Aconteceu mesmo no momento em que eu ia passando.

As porras dos carros batem e voa um pedaço de algum deles pra cima de mim.

SERINHO!

Acho que foi um pedação de vidro, que só num bateu na minha cara porque a porra do vidro tava fechado.

Porque serinho: quando não é meu dia, não é meu dia de verdade.

Só sei que fomos à casa da minha amiga, e namorado passu uma boa parte da noite se achando um inútil, diz que porque não conseguiu me defender. Agora me diz: meu amor num é fofo? Mas eu falei que prefiro ele vivo e se sentindo um inútil do que morto ou todo furado de faca. Né verdade?

Beijo, povo! Ótima semana pra vocês! ^^

Mas é que eu preciso dizer que te amo...

Quase uuuuuuum mês depois, eu volto pra contar uma pra vocês...

Vocês provavelmente não sabem, mas eu sou uma pessoa que ligo MUITO pra datas. Eu lembro data de aniversário, de morte, de consulta... de tudo! E não seria diferente com as coisas relacionadas a namoro, tipo primeiro beijo, primeiro scrap no orkut sim, eu sou psicopata, eu sei!... enfim, eu sou muito ligado à datas. Saibam também que eu não suporto me planejar todo pra uma coisa e isso não acontecer; e, acima de qualquer coisa, eu ODEIO esperar. Muito mais do que odeio crianças. Pois é.

Daí que ontem fazia 2 meses que eu e namorado nos conhecemos, e claaaaaro que eu tinha pensado em sair com ele, pra ficarmos juntinhos curtindo toda aquela melosidade típica dos recém-apaixonados . Fiz uma lembrancinha pra dar pra ele, talz... tudo lindo. Tudo bem eu nossa rotina às vezes não ajuda: ele só tem tempo livre à tarde, e eu só teno à noite... mas quando se quer, se dá um jeitinho, né não? Pois é!

Só que as coisas começaram a dar errado desde de manhã: a pressão de mamãe começou a querer frescar, o que me fez sair até mais cedo do trabalho.... ok, ok... “Não priemos cânico", como diria Chapolin Colorado. Esperei namorado sair do curso e liguei:
“Amor, vamos almoçar juntos?” [almoço dava, já que todos estariam em casa e mamãe não ficaria sozinha, além do que não atrapalharia os horários de ninguém].
“Almoço não dá, tenho que ir resolver umas coisas aqui no centro, talz... mas a gente vê se sai depois, ta bom?”

Ok. Sou psicopata mas também não ao ponto de atrapalhar a vida de namorado. Lá pra umas 13h30min, ligo pro outro trabalho, dizendo que não vou trabalhar, por causa de mamãe, ok. Deito-me com ela e ficamos conversando. Umas 15h minha irmã liga, dizendo que ia chegar em casa mais cedo, por volta das 16h. “Então dá pra sairmos hoje à tarde ainda!”, penso, já que já tinha avisado mesmo que não ia trabalhar. Ligo pra namorado, explico a situação, ele diz que tudo bem, que só ia tentar despistar o pai dele, pra poder sair. Tudo bem.

Mamãe dormiu um pouco e eu fiquei conversando com amor no MSN. Umas 15h30, ele diz que vai sair rapidamente do MSN, que ia deixar ausente e voltava já. Ok.

Às 16h20 minha irmã chegou. Tento falar com namorado no MSN. Nada dele responder.
Ligo pro cel dele – namorados homo nunca ligam pra casa um do outro, fikdik – e nada dele atender.

16h30, nada de namorado. Sendo que a pessoa mora do outro lado do mundo, então até que chegasse aqui na civilização, eram uns 40 minutos... e a pessoa tinha aula na facul – que fica pras bandas de lá também - às 19h. ou seja: SE namorado tivesse me respondido, passaríamos mais ou menos uma hora juntos, somente.

Embucetei-me.

Embucetei-me, mas ainda queria vê-lo. E fiquei atentando no MSN... e nada dele!

17h40 namorado dá as caras. O quê que ele tava fazendo?

Dormindo.

Embucetei-me –de- verdade-ao-quadrado.

Ele perguntou o que eu tinha, eu fiquei calado. Ele, debochando – porque ele consegue ser mais debochado do que eu, é fato! - me mandou este link e pediu que eu assistisse. Eu assisti, ele veio com mais deboche ainda, dizendo “enjoy ur silence!”.

Embucetei-me-de-verdade-à-enésima-potência!

Discutimos.

Ele foi pra faculdade dele, eu fiquei na minha casa.

Só que eu tava muito puto. Joguei logo fora o presentinho que havia feito pra ele – porque sim, eu fiz a linha palco, mesmo que só pra mim – e resolvi que tinha que sair de casa.

Tinha um niver do namorado de um amigo, mas não consegui combinar com outros amigos pra irmos, então não fui. Mas juro que precisava sair de casa... resolvi ir ao cinema.

Sozinho.

Ta que eu sempre achei que ir ao cinema sozinho era uma das coisas mais depressivas do universo – só bate beber em casa, sozinho – mas ontem eu precisava sair de casa.

Namorado me liga no intervalo. Pseudo-conversamos e ele, em momento algum, deu uma deixa do tipo “Tá, eu saio daqui mais cedo e a gente se vê”, como eu esperava. Serinho que aquilo me roeu por dentro. Pois se ele não ligava pra uma data tão importante, eu também não ligaria. Desliguei morrendo de vontade de chorar, me arrumei e fui pro cinema, pensando em como ele era escroto. Porque eu sou daqueles que ligo pros pequenos gestos [pareço uma fêmea pra essas coisas, admito], mas enfim...

Tow na fila do cinema, ele me liga [com uma voz de enterro desgraçada] , dizendo que assim que eu saísse de lá, ligasse pra ele, porque ele precisava conversar uma coisa comigo.

Gelei.

“Ele vai terminar o namoro”, pensei. Suspirei, me mantive na idéia de assistir o filme – porque tenho que precisar a conviver comigo mesmo, segundo já me disseram – comprei meu ingresso e fui.

Ele me ligou umas 2x durante o filme, e sempre dizia que queria conversar comigo. Juntei o resto de concentração que me restava e terminei de assistir. {e, no final das contas, descobri que não é tão ruim assim ir ao cinema sozinho, fikdik]

Assim que saí da sala do cinema, liguei pra ele, enquanto caminhava em direção à saída.

“Tow saindo do filme, tu ta onde?”

“Em casa”

“Oi? [cara de” comassim, bial?!”]. Mas tu num disseste pra eu te ligar, pra te encontrar, porque tu querias falar comigo?

“É, mas eu decidi vir pra minha casa mesmo, é melhor”

[cara de desolação total porque eu ainda tinha a mínima esperança de vê-lo]Então, ta... eu vou pra minha casa, então...”

Quando eu levanto a cabeça, quem ta lá, sentadinho, todo lindo, de camisa social e kipá?

Namorado.

Serinho?

Eu quase choro, ao mesmo tempo em que abri o maior sorriso do mundo.

O fidaégua quebrou as minhas pernas.

Ele tava ali. E com uma sacola na mão, o que significava que eu ia ganhar presentchênhowww! \o/ [auhsauhsuahsuahsuahsuhaushaushuahsuahsuahsuhaushauhsuahush]

Saímos de lá, entramos no carro. Eu pergunto que horas ele chegou, ele disse que tinha chegado às 21h26 [sendo que eu saí do cinema às 22h40]. Eu falo que, se ele tivesse dito que tava lá, eu teria saído do filme. Ele responde:

“Eu te esperaria um dia inteiro, se fosse preciso...”

Sinceramente?

Ele terminou de me derreter todinho.

Só sei que depois disso, conversamos e nos entendemos...

Mas ta, por que eu escrevi este post?

Escrevi porque preciso pedir desculpas. Ta que ele teve a culpa dele, talz... mas eu preciso aprender a ser um pouco mais paciente, segundo a minha psicóloga. Eu até falei pra ele que a culpa maior é do amor que eu sinto, que causa aquela dependênciazinha, saca? E aí que quando eu me planejo todo pra tê-lo ao meu lado e dá errado, eu realmente fico puto. Ta também que eu sei que a culpa nem sempre é dele, eu sei que a família dele é difícil, e por isso eu entendo – por mais que fique chateado quando as coisas não saem como eu queria.

Enfim... mais uma vez eu peço desculpas pelo que te disse. Desculpa se eu cheguei a te “destratar”, de verdade. Eu te amo. De verdade. Mesmo quando não parece.

Beijo, e muito obrigado por me aturar há 2 meses.
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Nota do autor: eu sei que esse post foge aos moldes do que eu costumo escrever, mas é porque eu realmente precisava falar isso pra vocês e pra ele.
Beijos a todos!
 
TNB