Chegamos lá de tardinha, umas 16h40min, que era pra não pegar um sol muito forte e pra vermos o pôr-do-sol... ok.
Eu não tava bebendo muito no princípio... mas quando deu umas 17h45 mais ou menos, eu resolvi beber, porque já tava escurecendo e não ia demorar muito a chegar a hora de irmos embora, na qual eu precisava estar sóbrio pra poder dirigir - porque quem me conhece sabe que eu bebo um copo de qqr coisa, fico morto de bêbado e, se não beber mais, 20 minutos depois eu tow bonzinho. Pois é. Virei logo uns 2 copões de vodca e fiquei feliz.
Estávamos escutando música no celular de namorado, Mrs. Winehouse, pra lhes ser bem exato. Namorado resolve que, finalmente, vai tocar pra mim - violão, povo... violão! Deixem de ter a mente pervertida! - e sobe até onde o carro estava pra pegar o instrumento. Eu fico lá embaixo, sentindo aquele vento gostoso no rosto, aquele cheirinho de mar, pensando no quanto a vida é boa e no quanto eu amo aquele menininho que acabara de sair do meu lado. Ok.
Amor volta e diz: "Olha, chegou mensagem pra ti", enquanto me entrega o celular. Leio a mensagem e coloco o celular no bolso. Falo alguma coisa com namorado e desço da pedra, vou lá pra areia.
Eu só vejo namorado levantando, do nada.
E uma voz atrás de mim.
Serinho que eu demorei um pouco a entender o que tava acontecendo - porque sim, eu estava mooooooooooooooooooooooooooooooooooooorto de bêbado! - só vi que namorado tava meio exaltado, e vi que havia uma pessoa [não posso descrevê-la, corro o risco de ser preso] falando alguma coisa atrás de mim.
Viro-me. Vejo o filho da puta. Viro pra amor de novo, o vejo com a garrafa em mãos, segurando pelo gargalo. Foi aí que eu me toquei:
estávamos sendo assaltados.
Olhei mais pra frente, tinha um outro filho da puta, em outra bicicleta, olhando, meio que dando cobertura.
Voltei a me virar pro filho da puta que tava atrás de mim. Só então eu entendi o que ele tava falando: "passa, passa, senão eu vou furar!". Foi aí que, como em cena de filme, um raio de sol refletiu na lâmina da faca que ele segurava.
Serinho como eu num sei como, mas a única coisa que eu pensei, foi:
"No bolso eu só tenho o meu celular. Namorado tá com o celular dele e a chave do carro. Meu celular tem quase um ano e foi 300 conto, o de amor num tem nem um mês e foi 1300..."
Nisso, amor olha pra minha cara e diz: "Corre, *******!" [****** é meu nome, que eu num vou colocar aqui pra não correrem o risco de acharem meu blog de novo!]
Agora para tudo.
Quem me conhece, sabe como eu sou: gordo.
Quem me conhece, sabe que eu não sou eu, quando tow bêbado.
Quem me conhece, sabe que eu não corro.
Agora imagina a cena bem aí: eu, gordo e mooooooorto de bêbado, correndo num lugar que é so pedra.
Conseguiu imaginar?
Nem eu.
Olho pra cara de amor com uma cara de "Tu tá de sacanagem comigo!". Amor grita, mais alto ainda: "Coooooooooorre, *******!"
Eu meti a mão no bolso, virei pro afro-descendente filho da puta e disse: pega.
O afro-descendente filho da puta ainda gritou; "CadÊ o dele?", referindo-se à namorado, e eu disse que ele tava sem celular.
Eles foram embora.
Amor, moooooooorto de indignado, desce da pedra e pergunta: "Por que cê não correu, ******?"
Olho pra cara de amor, mais relaxado impossível - saaaaaaaanto álcool! - e respondo: "Como é que eu ia correr, filho? Mas relaxa, eu dei o celular pra eles..."
Serinho como, se ele pudesse, ele me batia.
"VOCÊ DEU O CELULAR PRA ELE? EU TAVA PENSANDO QUE ELES TINHAM IDO EMBORA SEM LEVAR NADA! PÉRA... VOCÊ DEU O MEEEEEEEEEEU CELULAR PRA ELES!"
Pausa dramática.
Fudi tudo. Pensei aquilo tudo e fiz merda?! Ah... se fuder, Murphy!
Amor meteu a mão no bolso e puxou o celular...
Graças a deus era o dele mesmo, eu havia dado o meu.
Amor, mais revoltado ainda - mas não com os ladrões, e sim comigo - briga mais ainda: "Pooooooorra, você deu o seeeeeeu celular pra ele? Eu pensei que ao menos tivesse dado o meu! Como é que você vai ficar, agora?". Detalhe que amor ainda estava com a garrafa em uma mão e o violão na outra, só no ponto de me bater também, rs. Expliquei pra ele o meu raciocínio, mas ele num gostou muito do mesmo jeito. E saiu brigando comigo, porque eu não corri. Mas oras... como é que eu ia correr, meu povo?! Gordo correndo já é uma desgraça, avalie correndo bêbado, caindo e se lascando todo nas pedras?! Essa brincadeira ia, de um modo ou de outro, acabar em choro.
Só sei que subimos pro carro, e ainda tentamos achar os afro-descendentes filhos da puta, mas não o achamos. Amor demorou um pouco a entender que ele não namora um triatleta, e que eu
num dou muito pressas coisas de correr... Mas agora eu acho que ele já entendeu...
Mas sabe o que e o melhor?
Estávamos indo pra casa de minha amiga, visto que eu já havia marcado com ela e, como estava sem celular, não havia como desmarcar. Amor serinho no seu canto, e eu dirigindo e pensando na mentira que contaria aqui em casa, porque óbvio que eu não podia contar a verdade pra papai e mamãe. QuÊ que acontece?
3 carros batem, do outro lado da pista. Aconteceu mesmo no momento em que eu ia passando.
As porras dos carros batem e voa um pedaço de algum deles pra cima de mim.
SERINHO!
Acho que foi um pedação de vidro, que só num bateu na minha cara porque a porra do vidro tava fechado.
Porque serinho: quando não é meu dia, não é meu dia de verdade.
Só sei que fomos à casa da minha amiga, e namorado passu uma boa parte da noite se achando um inútil, diz que porque não conseguiu me defender. Agora me diz: meu amor num é fofo? Mas eu falei que prefiro ele vivo e se sentindo um inútil do que morto ou todo furado de faca. Né verdade?
Beijo, povo! Ótima semana pra vocês! ^^